sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Manual

-Pai! Olha só a menina mais linda do mundo! - Ela correu até seu pai, em suas mãos um livro da Bela e a Fera aberto em uma pagina onde havia um desenho da Bela.
A menina admirava a Bela por sua coragem, aparência, Talento, gentileza e inteligência.
-Mas eu já estou vendo ela. -Disse seu pai sem olhar para o livro e sim para a menina.
-Aha! Essa está no manual?
-Que manual é esse?
-Ah, é o manual dos pais. Sabe, para dizer o que eles tem que falar e fazer. Esse tipo de coisa.
-Ah ta. ESSE manual. Sim, tirei isso de lá mesmo. Pagina 17.
-Hum, e quantas paginas ele tem?
-Tem poucas, porque tudo o que um pai tem que saber é que a sua filha é a mais bonita, esperta e corajosa do mundo e também tem que saber que a ama. E o pai que não souber disso, bom, esse, é um bobão. - A menina riu, feliz.
-Sabe, pai, um dia gostaria de ler esse livro.
-Um dia você vai ler, mas vai ser o manual das mamães.
-Argh! -Ela riu achando a idéia de gostar de um menino ser nojenta, eles eram tão implicantes! O pai riu.
-Continue assim, mocinha, até fazer uns 20 anos. - A menina ergueu uma das suas sobrancelhas e o pai riu, logo a menina riu pela risada do pai. Ela estava feliz de como era, não queria ser mais a Bela ou a Cinderela , só queria ser ela mesma.

Júuh

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Desde crianças (parte dois)

-Filha, vai até a cidade e compra pão para eu fazer uns lanches? -Perguntou a mãe de Caroline certo dia.
-Claro.
-Você podia chamar o Diego, não é uma ótima ideia?
-Eu acho que não. -Caroline colocou uma roupa, pegou o dinheiro e foi até a padaria.
Para chegar lá, ela tinha que andar uns 10 minutos por um tipo de estradinha.
Ela começou a fazer o caminho, quando ouviu alguém a chamando. Seus olhos encheram de lágrimas, mas teve de engolir, era o Diego, com um violão nas costas. Será possível que ele ia ser um mostro ainda pior pedindo para ela ouvir uma musica que ele fez para a menina que ele ama, só para perguntar se ficou bom o bastante para a menina que valeria a lua, o sol, o mundo.
-Ca? Posso te mostrar uma coisa? - Era isso. A vontade dela era dizer 'NÃO', mas apenas concordou com a cabeça e eles se sentaram em um tipo de murinho que tinha ali perto.
Ele começou a tocar notas calmas e bonitas, suaves. E começou a cantar. A letra era realmente linda e falava:
"Você vale a Lua, o Sol, o Vento
Demorei muito para dizer o que cinto
Me senti um mostro, um medroso
Como iria dizer dizer para a minha Rainha
como ela é especial para mim?

Sempre quis dizer 'ei, eu te amo'
mas senti medo.
As pessoas não tem medo de falar
Tem medo da resposta

Só sei que te amo
Não sei quando começou isso
Mas você é a minha rainha
Você vale a Lua, o Sol e o Vento
Você vale a Lua, o Sol e o meu coração"

Eles ficaram em silencio por um bom tempo.
-Realmente, a menina que você ama vai adorar, é linda.
-Você gostou?
-Muito. -Antes de ela cair em lágrimas ali mesmo ela tinha que ir embora. Tudo o que ela pensara estava ali, tudo o que ela queria dizer, estava ali.
Quando ela se levantou para ir embora, ele se levantou também agarrou o pulso de Caroline.
-Larga de ser bobona! Essa musica é para você caramba! -Caroline abriu o maior sorriso, um que valeria o sol. As lágrimas escorriam. Eles se abraçaram.
-Realmente, você é um mostro! Me fez esperar todo esse tempo. - Eles riram juntos. Como deveria ser desde crianças.

Júuh

Desde crianças

Sabe quando você tem 4 anos e seu pais tem amigos que tem um filho da mesma idade e ai eles ficam falando 'eles ficariam tão bem juntos' ou fazendo caras de quem pensa isso? E ai, bem, você vai na deles e quando vê está gostando daquele menino, mas você é tão pequena que tudo o que pensa é puro e ingênuo.
Caroline e Diego era assim, eles eram vizinhos, brincavam juntos o tempo todo, quando alguém os via de longe dava risada de tão fofo que era, estava na cara deles que eles se gostavam, mas como eram pequenos não sabiam o que fazer.
Quando Diego caia da arvore Caroline ia lá correndo ver se ele estava bem, então ele jogava terra nela e dizia 'claro sua bobona' então Caroline corria atrás dele e eles ficavam a tarde toda um correndo atrás do outro, por motivo nenhum, aparente.
Então eles cresceram, Caroline aprendeu a tocar piano, Diego aprendeu a tocar violão. Mas o que isso tudo levou? Eles se distanciaram, Caroline preferia fazer compras com as amigas do que subir em arvores.
E o tempo foi passando, mas uma coisa não mudava neles dois, toda vez um via o outro o coração batia mais rapido, mas agora eles já sabiam o que tinha que fazer e dizer.
Um dia Caroline estava tocando piano quando olhou pela janela e viu que, na arvore que eles brincavam quando crianças, Diego a esperava. Ela correu até lá.
-Oi Di.
-O Ca. -Eles ficaram um momento em silencio absoluto. -Como vai a vida?
-Vai bem e sua?
-Nem tanto.
-Porque? - Caroline perguntou assustada.
-É uma pessoa, gosto dela, mas não sei como dizer.
-Talvez você não precisasse falar, você pode mostrar, ou tocar.
-Legal. Obrigada pela dica. -Então ele se virou e foi embora. Caroline ficou olhando ele se afastar. Olhou para baixo. Em algum momento daquele breve conversa ela achou que ele iria virar para ela e dizer 'ei, eu te amo', mas não, provavelmente era para uma outra garota. Qual é? Ele era só seu amigo de infância!
Os dias foram passando e ele nunca mais voltou. No piano ela só começou a tocar musicas tristes. Ela o perdera por não conseguir falar 'ei, eu te amo'. Porque ela estava pronta para ouvir e não falar?

Continua...
Júuh

domingo, 10 de outubro de 2010

Em busca de algo

Sabe aquela velha pergunta que todos te fazem? "O que você vai fazer na faculdade?" ou "O que você quer?"
Bom, a primeira pergunta é até fácil para mim, a coisa toda é que eu não sei o que eu quero ou o que eu sou. E sentada embaixo dessa arvore, olhando para o horizonte da fazenda da minha avó me pego pensando no que eu sou.
Claro que eu sei algumas coisas que eu quero, como um celular novo, roupas novas, viagens ao redor do mundo, ser jornalista, mas quando eu penso em algo que realmente importa, não tem nada, vazio... ai eu pensou "isso é humano?"
As vezes queria ler o pensamento dos outros, mas não é para levar vantagens disso, eu só queria para ver se as pessoas tinham as mesmas inseguranças que eu, os mesmo medos.
"Tento parecer forte, mas não dá quando não se sabe o que você é e o que quer"
Agora, só o tempo e um pouco mais de horizonte para me dar respostas. Enquanto isso vou vivendo.

Júuh